sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O SEGREDO DE MARY REILLY



Direção: Stephen Frears
Roteiro: Christopher Hampton
Produção: Norma Heyman, Nancy Graham Tanen, Ned Tanen
Música Original: George Fenton
Fotografia: Philippe Rousselot
Edição: Lesley Walker
Design de Produção: Stuart Craig
Direção de Arte: Michael Lamont, Jim Morahan
Figurino: Consolata Boyle
Efeitos Especiais: Nigel Nixon, Simon Clutterbuck, Richard Conway
Efeitos Visuais: David Fuhrer, Kent Houston
País: USA
Gênero: Drama, Suspense
Indicações: Festival de Berlim - Indicado ao Urso de Ouro (Stephen Frears)
Ano:1996

Elenco
Personagens:
Julia Roberts - Mary Reilly
John Malkovich Dr. Henry Jekyll / Sr. Edward Hyde
George Cole - Sr. Poole
Michael Gambon - Pai de Mary
Kathy Staff - Sra. Kent
Glenn Close - Sra. Farraday

Sinopse

Londres, século XIX. Mary Reilly é uma jovem irlandesa de origem humilde, marcada por um passado violento. Seu pai costumava espancá-la e a lhe impor castigos desumanos. Ao conseguir emprego na mansão do médico Dr. Jekyll, este fica bastante interessado nas cicatrizes que ela possui no pescoço e nas mãos. Ele se oferece para examiná-las, mas ela dá uma desculpa. Mais tarde, ao encontrá-la em sua biblioteca particular, ele se impressiona com o interesse mostrado pela jovem, e começa a puxar conversa com ela. Mary termina contando-lhe sobre sua infância, sobre o pai e sobre como sua mãe a levou para longe dele. Sobre as cicatrizes, ela lhe conta que um dia, ao quebrar uma xícara de café, foi pelo pai espancada e, em seguida, presa em um cubículo onde se achavam inúmeros ratos, estes responsáveis pelos arranhões e cicatrizes que carrega.

Sentindo-se atraído pela jovem, principalmente por acreditar ser ela alguém que poderá vir a aceitá-lo, com seu segredo, Jekyll passa a exigir a presença dela ao seu lado por um tempo cada vez maior, o que deixa Sr. Poole, mordomo-chefe da mansão, bastante enciumado.

Certo dia, o médico convoca todos os empregados para uma reunião, onde anuncia a contratação de um novo assistente, Sr. Edward Hyde, o qual terá acesso livre a todas as dependências da mansão, inclusive ao laboratório adjacente. A seguir, pede à Mary que leve uma carta a uma certa Sra. Farraday, proprietária de um bordel. Nela, ele pede que a Sra. Farraday hospede Hyde por pouco tempo, enquanto ele providencia as adequadas acomodações em sua mansão.

Ao se encontrar com o Sr. Hyde pela primeira vez, Mary se sente perturbada pela estranha personalidade por ele demonstrada. Num segundo encontro, fica furiosa ao verificar que ele está a par de detalhes de sua vida, como seu relacionamento com o pai. Mais tarde, ao reclamar junto ao Dr. Jekyll, este lhe diz que o Sr. Hyde esteve lendo suas anotações pessoais sem sua permissão.

Num outro encontro, o Sr. Hyde explora seu lado mais lascivo, arrastando Mary até uma mesa do laboratório onde, após rasgar as costas da blusa dela, começa a lambê-la. De repente, como se tomasse consciência de seu ato, deixa que ela se retire. Logo depois que ele sai, Dr. Jekyll aparece.

Um dia, quando Mary leva o café da manhã para o Sr. Hyde, este lhe conta que há anos o Dr. Jekyll vem sofrendo de uma estranha doença. Tentando curá-la, o médico desenvolveu uma droga que, ao tomá-la, ele se transforma nele, Hyde; desenvolveu, então, uma segunda fórmula, que funciona como uma espécie de antídoto, permitindo que volte a ser Jekyll.

À noite, quando todos os criados estão dormindo, Mary apanha sua mala e resolve ir embora. Antes de sair, entretanto, sua curiosidade a leva até onde se encontra o Sr. Hyde. Este a ataca com um punhal, dizendo-lhe que quer matá-la mas que, por alguma razão, não consegue. Ele, finalmente, a solta e sai correndo.

Mary o segue com cuidado para não ser vista. Quando o encontra, ele está acabando de injetar algo em seu pescoço. A seguir, espantada, ela o vê se debatendo em convulsões e, pouco a pouco, se transformando no Dr. Jekyll. Mary corre até ele, que lhe diz que o Sr. Hyde deve ter misturado algum veneno ao antídoto, de modo a acabar com a agonia dos dois. Abraçado por ela, ele morre.
...

O Segredo de "Mary Reilly" é um bom e provocante filme, embora seja inferior a "O Médico e o Monstro", de Victor Fleming, 1941. Enquanto este último foi baseado na obra original de Robert Louis Stevenson, "The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde", "O Segredo de Mary Reilly" teve por base a releitura feita pela escritora Valérie Martin, na qual a história original é vista sob a ótica da empregada do Dr. Jekyll.

Muito bem dirigido por Stephen Frears e contando com a bela fotografia de Philippe Rousselot, o filme consegue retratar muito bem a atmosfera sombria e o 'fog' londrino, próprios do clima em que se desenvolve a trama.

O ritmo lento imposto por Frears dá ao espectador o tempo que ele precisa para bem entender os três principais personagens e as circunstâncias em que se encontram. Nesta versão, roteirizada por Christopher Hampton, o diabólico alter ego do Dr. Jekyll não é representado por um monstro.

No elenco, John Malkovich apresenta uma magnífica atuação, o que não chega a ser novidade. Julia Roberts está muito bem no papel da tímida e humilde empregada. Para terminar, uma menção especial deve ser dada ao trabalho desenvolvido por Glenn Close, no papel da Sra. Farraday. Ao final cinco estrelinhas e muito aplauso.

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